terça-feira, 31 de maio de 2011

Volta-e-meia

E se você não gosta, por que sempre retorna aqui? Por que insiste em aparecer, em ligar, em escrever? Por que lê aquilo que você sabe que não vai te agradar ou engrandecer? Por que olha reiteradamente tudo aquilo que você sabe que vai te fazer sofrer? Por que repassa mentalmente tudo aquilo que você quer esquecer? E volta... ?! Por quê?

- Ainda ando por aqui. E nunca saio sem nada.


Lado B

Péssimas companhias tenho tido.

Só ando me envolvendo com gente da pior laia. Vendo de longe, há quem jure que faço por prazer ou vontade própria, mas é o acaso que me guia. Não nego, entretanto, que é sempre bom ter algo novo para entreter, observar, analisar. Afinal de contas, não é todo dia que você tem frieza suficiente pra ver um delito ou outro e, mesmo assim, conter sua indignação. Somos pessoas originalmente inclinadas para o bem. Queremos fazer o bem. Queremos, sim, andar com pessoas de bem, do bem. Mas eu? Ném! Confabulo em meio a ladrões, mentirosas, estelionatários, usurpadoras, patifes, calhordas e minhas favoritas, as marias... gasolina, chuteira, bata-branca. Elas estão por todo lugar disfarçadas de belas moças. É como a sereia que chama para o beijo, mas te arrasta para o fundo só para te afogar e te comer as entranhas.

Sinto-me em casa já.

E não me venha com lições de moral e falsa demagogia! Ando com quem quero, quando quero. Antes mal acompanhado do que só. A solidão só tem como vantagem o fato de se poder usar o banheiro com a porta aberta.


domingo, 22 de maio de 2011

Terapêutica: amnésia

Conversa da vida real. Da vida real da parada de ônibus.


(...)

- Daí eu pulei logo fora. Imagina só... A menina veio dizer que o amor é um estado de amnésia...
- Amnésia?!
- Porque a pessoa quando ama, esquece que existem outras milhões de pessoas no mundo. Vê se pode!
- Sério? Que lindo! E você, disse o quê?
- Mandei ela tomar linhaça. É ótimo pra quem tem amnésia.








Post Scriptum: Dizem que ginkgo biloba também.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Em tempos assim...






Times Like These
(Foo Fighters)

I, I'm a one way motorway
I'm a road that drives away
And follows you back home
I, I am a streetlight shining
I'm a white light blinding bright
Burning off and on

It's times like these you learn to live again
It's times like these you give and give again
It's times like these you learn to love again
It's times like these time and time again

I, I am a new day rising
I'm a brand new sky
To hang the stars upon tonight
I, I´m a little divided
Do I stay or run away
And leave it all behind?


It's times like these you learn to live again
It's times like these you give and give again
It's times like these you learn to love again
It's times like these time and time again [x4]


domingo, 15 de maio de 2011

Desabafo

Pedir desculpas sem ter culpa de nada é uma escolha muito difícil.





Primeiro porque quando você pede desculpas, tendo culpa ou não, você põe seu orgulho no chão.
Segundo que, quando você pede desculpa e não tem culpa, é sinal que, de algum modo, você valoriza algo mais do que o próprio ego.

Mas quem iria gostar de dar as costas pro ego e ver o orgulho todo pelo chão?




É foda.


domingo, 8 de maio de 2011

Consulta de rotina

Lembre-se de sempre consultar seu médico regularmente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Papo-cabeça

Conversas da vida real.


Ela: Nossa! O que aconteceu?
Ele: Briguei...
Ela: Sério? Mas... Mas... Por que você está sorrindo? Consigo ver sua gengiva sangrando daqui!
Ele: Foi por uma boa causa.
Ela: Boa causa?! Que tipo de briga acontece por uma boa causa?
Ele: Briguei pra ajudar alguém.
Ela: Ajudar quem?
Ele: A pessoa com a qual eu briguei.
Ela: Você tá de brincadeira comigo, ?! Como você acha que ajudaria uma pessoa brigando com ela?
Ele: Não sei. Foi a única idéia que me ocorreu. Pelo menos deu certo...
Ela: E quem foi a pessoa?
Ele: Esse rapaz na boate... Ele parecia muito triste e sozinho, escorado no balcão e segurando a garrafa de cerveja entre os dedos como se aquele fosse o último dos seus dias. Não fazia mais nada. Havia muitas garotas em volta, inclusive, mas ele não dava nem bola.
Ela: E a sua brilhante idéia foi socar o rapaz e, com isso, fazer com que toda a solidão e depressão dele fossem embora? Genial...
Ele: Na verdade, foi. Eu ainda sussurrei um "desculpe" antes de começar a coisa toda. Depois, até onde me lembro, a gente estava se batendo enquanto toda a multidão - inclusive as garotas - assistiam.
Ela: E eu imagino que depois de tudo ele foi te agradecer por você ter feito a melancolia dele ir embora, ?!
Ele: Isso aí, eu não sei... Mas teve essa garota muito bonita que apartou a briga, chamou-me de idiota, pegou na mão dele e o levou lá pra fora, enquanto enxugava o sangue que escorria pelo seu nariz...


domingo, 1 de maio de 2011

Como um guerreiro

Mulheres foram feitas para serem trancafiadas em mausoléus ou torres prisionais, sem qualquer contato mais íntimo com o mundo exterior. Além de todas as armadilhas, tem sempre um muro de cerca farpada e um dragão faminto no meio do percurso, apenas para garantir que a donzela não saia e que o príncipe não entre.

Os homens, por outro lado, não nasceram necessariamente para serem taxados de príncipes. Quem inventou essa patente, inclusive, não sabia nada sobre o funcionamento do sexo masculino. Homens foram feitos para carregarem um grossa cota-de-malha sob uma armadura imponente, uma espada afiadíssima em uma das mãos e um escudo virtualmente impenetrável na outra. Tudo isso para dar cabo do muro, da torre e, principalmente, do dragão, a fim de, no desfecho inexorável, obter os espólios do suado esforço.

E o perigo reside exatamente aí, camarada. Para desferir qualquer golpe, há que se baixe o escudo. E é esse mesmo o problema com os homens: baixar, por vezes, o escudo.


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...