quarta-feira, 23 de junho de 2010

Papo-cabeça

Conversas da vida real.


(...)
Ela: Acho que umas seis...?
Eu: Parei de contar em vinte.
Ela: Vinte?! Como assim vinte? Meu Deus...
Eu: É porque às vezes eram duas de uma vez.
Ela: Nossa!...
Eu: E teve também as coisas de sempre de todo carnaval de respeito... Churrasquinho, poucas horas de sono, muito barulho, pessoas, drogas, essas coisas. Alguns acidentes também, é verdade, mas nada que atrapalhasse aquele bom e velho clima de carnaval de sempre. Esse foi o melhor de todos os tempos.
Ela: Nem me fale. Parece que a cada ano que passa a coisa melhora... er... er...
Eu: Exponencialmente?
Ela: É, é, isso mesmo. Nunca fui muito boa com as palavras. Você que é o sabichão, com essa coisa de blog e tudo mais. Eu prefiro o twitter... muito mais econômico.
Eu: Twitter é coisa de preguiçoso. E sedentário. E futuros obesos. E oligofrênicos.
Ela: Oligo-quê? Nada disso! Todo mundo tem twitter. Todo mundo! Só os descolados têm twitters... Por que dizer algo em milhões de linhas quando você pode resumir tudo em cento-e-poucos caracteres?
Eu: Fico imaginando Machado de Assis escutando você dizer isso. Com certeza ele levantaria do túmulo e mataria você à machadadas...
Ela: Pois pode vir! Eu tenho uma bastão de beisebol profissional no quarto, de quando eu fui pra Disney. Cento e seis centímetros na cara dele!
Eu: Cento e seis?!
Ela: É. Vem escrito nele.
Eu: ...
Ela: Por que? Grande?
Eu: Hunrum.
Ela: Não sei. Não tenho muita noção... Não vejo coisas com muitos centímetros todos os dias...
Eu: hAUHuahUHAHuhauHAUhauhUAHUhauHAUhauHUAHuahuH...
Ela: Quê? O que f... Ah, seu... [porrada]
Eu: hAUHauhuHAUhauHAUahUAHUhauHAUHuhUAHuahUAHuahU...
Ela: hUAHUahuHAUhuahUAHUh...


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Boca-de-felicidade

Sentir-se bem. Estar na paz, de boa, curtindo a vibe, sussa, só no filé, sombra e aguá fresca. É o que resume bem aquela sensação esquisita que a gente sente quando o Brasil faz um gol. Ou quando ganha a Copa do Mundo. Ou quando a gente passa no vestibular. Ou quando a gente, no auge dos nossos nove anos, passa a tarde toda engelhando na piscina. Ou quando a gente ganha o primeiro videogame. Ou quando a gente acha cinqüenta contos na rua. Ou quando a gente fica bêbado. Em especial quando a gente fica bêbado. E é tudo, pois, culpa das endorfinas. Endorfinas são, na verdade, drogas endógenas produzidas com o único propósito de tornar ébrio tudo aquilo que é sóbrio. É como se a gente misturasse as coisas num tubo de ensaio só pra ver tudo explodindo: não há nada de interessante e feliz em se misturar coisas em um tubo de ensaio... até que tudo exploda. Eu até acho que os tudos de ensaio foram criados para isso e somente isso. É muito bacana, acreditem. Eu sei como é. Fazia direto nas aulas de bioquímica.

Aí eu, num momento inusitado, peguei-me pensando no seguinte: bicho, e se vendessem endorfinas como se vende cocaína? Já pensou? Felicidade alí, à beira da porta, ao módico custo de alguns trocados?








Post Scriptum 1: Mas quem precisa, né?!

Post Scriptum 2: Nunca tinha reparado como é feliz observar alguém comemorando um gol da seleção.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Saudade

Momento "Twitter" às 02h30 da madruga.



Acabo de chegar em casa e estou saudosista demais. Quero a volta imediata de dona Bárbara Felipe e do meu carnaval 2010. Todo o carnaval 2010. Por favor, voltem logo. A falta que vocês fazem é abissal.





Grato.








Post Scriptum: Falôu... Aula de pediatria já já.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sobre cair

Mamãe não vai deixar você cair.


Escutei minha mãe falando isso para o meu cachorro, Tobias, enquanto ela o segurava no parapeito da janela. Passei um ou dois minutos pensando a respeito. Cheguei à conclusão lógica que é isso que as mães fazem: nunca deixar a gente cair.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

About flying

Spread your wings and fly, he said.

And so she did. And after she had the sky for long enough - the very same sky wich she used to spend hours and hours gazing and getting amused when she was barely four feet tall -, she just realized that she wasn't flying because of the wings, for they were broken and, even so, she kept on flying around.

Now she knew that she flew because somehting else. Maybe something from the inside. Probably something from the inside. The wings led her to an epiphany... and he knew that. Wise. Most wise.

She's done now, so up and go. There are too many stars to colect. More than meets the eye.


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...