quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Taqui-

A pressa é mesmo algo que nos consome.

Hoje acordei atrasado. O alarme gritava "já são sete horas!" com quarenta e cinco minutos de atraso. Levantei - tentei, na verdade, pois a cama me abraçava como uma amante na manhã seguinte - pisando em alguns dos brinquedos de Jack, meu fiel cão. Chamei por Mara, minha namorada, mas ela não respondeu. Certamente, ela não tinha perdido a hora. Fiz-me pronto num átimo. Jaleco, gravata, sapato e aquele perfumezinho barato, porém simpático em menos de nove minutos... Um recorde! Peguei as chaves do meu Toyota e pisei fundo com os dois pés no acelerador. Cheguei à casa do meu irmão para pegar meu sobrinho, Vinícius, e deixá-lo na aula de piano. A pressa fez com que ele entrasse no carro ainda comendo o pão com requeijão, coitado.

Mas foi quando ele desceu na escola que eu percebi que não tinha um cachorro chamado Jack, nem uma namorada chamada Mara, nem sequer um carro. Sobrinho, então...

Você não vale a pena, Pressa.


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...