"O amor usa drogas". Essa foi, durante quase uma semana, a minha 'mensagem pessoal' do MSN. E, de tanto todo mundo perguntar, eu decidi vir aqui [tentar] explicar de onde saiu essa teoria. É isso mesmo: uma teoria. Vez por outra, pego-me pensando naquelas coisas que a gente diz serem "nada a ver". Por isso, vos digo desde já que se trata de algo completamente "viajante". Não procure entender. Nem eu entendo certas partes ainda.
Sexta-feira passada, dia vinte e nove de Junho, fui ao centro da cidade procurar umas coisas pra minha equipe do JASAC. Acompanhando-me, foi meu querido amigo-frango, Fernando (ele pediu pr'eu fazer a propaganda dele aqui no blog). Depois de andar quilômetros sem achar nada, a gente decidiu dar por terminada nossa missão. Andamos mais um pouco e finalmente chegamos ao ponto do ônibus. Daí a gente começou a conversar sobre várias coisas. Falamos sobre um cursinho pré-vestibular que havia alí perto, o qual nós havíamos cursado; falamos sobre uma festa de uma "bixinha" que eu ainda ía e que, como bom amigo que sou, levaria-o de "penetra"; brigamos porque ele, como frango que é, recusou meu convite... enfim. Nesse meio-tempo, chegou nossa condução: o "35". Sentamos um pouco antes do meio do ônibus e começamos a conversar de novo. De repente, e eu não me lembro como, começamos a falar sobre como as pessoas ficam quando gostam de alguém. É aqui que começa toda a pseudo-teoria.
Todo mundo aqui sabe (eu falo todo mundo mas apenas cinco pessoas comentam no meu blog) como se é aquele estado conhecido como "estar apaixonado". A pessoa se sente flutuando. A pressão vive acima do normal, o coração bate mais do que devia, as pupilas dilatam, pêlos eriçam, respiração ofega, temperatura sobe. O simples contato visual é estímulo suficiente pra você se sentir "a pessoa mais feliz do mundo". Isso tudo a fisiologia explica bem direitinho. Porém, o que ela não explica tão bem assim é porque a gente age feito cachorro em beira de açougue. E o que o homem faz quando quer tentar explicar algo que não está tão claro assim? Cria uma teoria. Existem várias por aí, nenhuma completamente certa ou errada. Talvez a minha seja mais uma delas. Talvez não, sei lá.
Voltando ao ônibus, lembro-me de ouvir Fernando dizendo algo do tipo "o amor é cego", fala esta que mais tarde ele complementou com "surdo, mudo e louco". Enquanto ele falava, eu tentava concatenar as milhões de coisas que passavam pela minha cabeça naquele momento, uma vez que, para mim (e creio que pra todo mundo), falar de amor não é algo muito comum no dia-a-dia. O máximo que a gente discute é sobre "bixinhas(os)", ficadas, resenhas e outras coisas mais. Mas amor... amor não. Amor a gente pensa como sendo aquele momento no qual a gente vai ter 34 anos, vai estar formado, casado e esperando o primeiro filho. Daí eu pensava comigo mesmo: "Porra, bicho... Amor é uma coisa louca mesmo". Enquanto isso, Fernando ainda falava e falava. Repentinamente, eu parei e dei início à explicação que fundamentaria toda a minha tese.
"Fernando, po - disse eu - o amor usa drogas." "Drogas?!?!", indagou ele, espantado. "Isso mesmo. Drogas!", retruquei. "O amor usa drogas e são elas que explicam toda a cegueira, a surdez, a mudez, a loucura, tudo. Se você parar pra pensar, não existe tanta diferença entre uma pessoa que está apaixonada e uma que curte aquele baseadozinho. Pare e pense em quantos já mataram por droga e quantos outros já 'mataram por amor', crime esse que o Direito chama de passional (do latim, passionalis, refere-se à tudo que pertence às paixões; que é inspirado particularmente por paixão amorosa; ciúme). Repare como o drogado, assim como o apaixonado, age por impulso, por emoção, sem medir nem pesar, por achar que é invulnerável. O mundo do apaixonado muda com a paixão, assim como muda o do drogado com a droga, e isso é tão verdade que quando se está apaixonado ou drogado demais tudo que se quer é permanecer assim. São drogas diferentes, claro. Mas os efeitos são similares." Nesse momento, Fernando estava com os olhos esbugalhados para mim, como se tudo que lhe dissera fosse novidade. Prontamente, ele disse: "Meu amigo, essa foi a melhor explicação que eu já vi alguém dar pra esse assunto. Você 'viajou', é verdade, mas foi algoz e perspicaz. Gostei." Completei dizendo que, de tão bom, ia colocar no meu MSN. E assim o fiz.
A explicação não parou por aí. De tão excêntrica, fez-me rir sozinho quando Fernando desceu do ônibus. Às vezes, surpreendo-me comigo mesmo. Mas mais do que tudo, essa minha frustrada tentativa de tentar explicar o inexplicável me mostrou que falar de amor é tão difícil quanto demonstrá-lo, quanto senti-lo... E me fez lembrar também que, há algum tempo atrás, num espaço de pouco mais de uma semana, três pessoas vieram até mim alegando que eu estava com cara de apaixonado. Vai ver eu estou mesmo, e criei isso tudo como uma forma de tentar me entender. Vai ver não. Nunca se sabe, afinal. Nunca se sabe...
Sexta-feira passada, dia vinte e nove de Junho, fui ao centro da cidade procurar umas coisas pra minha equipe do JASAC. Acompanhando-me, foi meu querido amigo-frango, Fernando (ele pediu pr'eu fazer a propaganda dele aqui no blog). Depois de andar quilômetros sem achar nada, a gente decidiu dar por terminada nossa missão. Andamos mais um pouco e finalmente chegamos ao ponto do ônibus. Daí a gente começou a conversar sobre várias coisas. Falamos sobre um cursinho pré-vestibular que havia alí perto, o qual nós havíamos cursado; falamos sobre uma festa de uma "bixinha" que eu ainda ía e que, como bom amigo que sou, levaria-o de "penetra"; brigamos porque ele, como frango que é, recusou meu convite... enfim. Nesse meio-tempo, chegou nossa condução: o "35". Sentamos um pouco antes do meio do ônibus e começamos a conversar de novo. De repente, e eu não me lembro como, começamos a falar sobre como as pessoas ficam quando gostam de alguém. É aqui que começa toda a pseudo-teoria.
Todo mundo aqui sabe (eu falo todo mundo mas apenas cinco pessoas comentam no meu blog) como se é aquele estado conhecido como "estar apaixonado". A pessoa se sente flutuando. A pressão vive acima do normal, o coração bate mais do que devia, as pupilas dilatam, pêlos eriçam, respiração ofega, temperatura sobe. O simples contato visual é estímulo suficiente pra você se sentir "a pessoa mais feliz do mundo". Isso tudo a fisiologia explica bem direitinho. Porém, o que ela não explica tão bem assim é porque a gente age feito cachorro em beira de açougue. E o que o homem faz quando quer tentar explicar algo que não está tão claro assim? Cria uma teoria. Existem várias por aí, nenhuma completamente certa ou errada. Talvez a minha seja mais uma delas. Talvez não, sei lá.
Voltando ao ônibus, lembro-me de ouvir Fernando dizendo algo do tipo "o amor é cego", fala esta que mais tarde ele complementou com "surdo, mudo e louco". Enquanto ele falava, eu tentava concatenar as milhões de coisas que passavam pela minha cabeça naquele momento, uma vez que, para mim (e creio que pra todo mundo), falar de amor não é algo muito comum no dia-a-dia. O máximo que a gente discute é sobre "bixinhas(os)", ficadas, resenhas e outras coisas mais. Mas amor... amor não. Amor a gente pensa como sendo aquele momento no qual a gente vai ter 34 anos, vai estar formado, casado e esperando o primeiro filho. Daí eu pensava comigo mesmo: "Porra, bicho... Amor é uma coisa louca mesmo". Enquanto isso, Fernando ainda falava e falava. Repentinamente, eu parei e dei início à explicação que fundamentaria toda a minha tese.
"Fernando, po - disse eu - o amor usa drogas." "Drogas?!?!", indagou ele, espantado. "Isso mesmo. Drogas!", retruquei. "O amor usa drogas e são elas que explicam toda a cegueira, a surdez, a mudez, a loucura, tudo. Se você parar pra pensar, não existe tanta diferença entre uma pessoa que está apaixonada e uma que curte aquele baseadozinho. Pare e pense em quantos já mataram por droga e quantos outros já 'mataram por amor', crime esse que o Direito chama de passional (do latim, passionalis, refere-se à tudo que pertence às paixões; que é inspirado particularmente por paixão amorosa; ciúme). Repare como o drogado, assim como o apaixonado, age por impulso, por emoção, sem medir nem pesar, por achar que é invulnerável. O mundo do apaixonado muda com a paixão, assim como muda o do drogado com a droga, e isso é tão verdade que quando se está apaixonado ou drogado demais tudo que se quer é permanecer assim. São drogas diferentes, claro. Mas os efeitos são similares." Nesse momento, Fernando estava com os olhos esbugalhados para mim, como se tudo que lhe dissera fosse novidade. Prontamente, ele disse: "Meu amigo, essa foi a melhor explicação que eu já vi alguém dar pra esse assunto. Você 'viajou', é verdade, mas foi algoz e perspicaz. Gostei." Completei dizendo que, de tão bom, ia colocar no meu MSN. E assim o fiz.
A explicação não parou por aí. De tão excêntrica, fez-me rir sozinho quando Fernando desceu do ônibus. Às vezes, surpreendo-me comigo mesmo. Mas mais do que tudo, essa minha frustrada tentativa de tentar explicar o inexplicável me mostrou que falar de amor é tão difícil quanto demonstrá-lo, quanto senti-lo... E me fez lembrar também que, há algum tempo atrás, num espaço de pouco mais de uma semana, três pessoas vieram até mim alegando que eu estava com cara de apaixonado. Vai ver eu estou mesmo, e criei isso tudo como uma forma de tentar me entender. Vai ver não. Nunca se sabe, afinal. Nunca se sabe...