segunda-feira, 28 de julho de 2008

Adendo

Queria dizer o seguinte:





Homem-Aranha, você é um bosta!


(Rapel - 60 mts - na Pedra da Caveira, no Parque da Pedra da Boca)








Post Scriptum 1: Créditos para Bárbara, que estava por detrás da lentes.

Post Scriptum 2: Para ampliar a imagem e se estupefar com tamanho petardo, é só clicar.

Post Scriptum 3: Eu sou um ninja!


quinta-feira, 24 de julho de 2008

TOP 10 - Blogueiros

Algumas poucas e boas verdades sobre esses seres do submundo da internet:

1. Blogueiros são, na verdade, pseudo-poetas desavergonhados, inescrupulosos, libertinos, que exprimem sua visão de mundo por meio de textos de caráter quase sempre amador. Para tanto, utilizam-se de uma apurada capacidade de observação e abstração, um relevante conhecimento de mundo e uma habilidade louvável de discorrer, ainda que de maneira controversa e relutante, acerca de assuntos dos mais variados campos concernentes à área do conhecimento humano;

2. O blog em si é um instrumento poderoso de divulgação de opiniões, fatos e idéias. Como tal, deve ser usado de forma inteligente e condizente com a realidade e o intuito daquele que o criou - o blogueiro. Logo, fofocas, pornografia e episódio de novela ou seriado devem ser discutidos no intervalo do colégio, de preferência longe de todo mundo para evitar situações embaraçosas;

3. O blogueiro é, antes de tudo, parte de uma pessoa normal, que freqüenta a faculdade/colégio, quase sempre tira notas boas e se dá muito bem com pessoas em geral, principalmente as do sexo oposto. Entretanto, todo blogueiro tem um lado leptossomático refinado e bem mais aguçado que as demais pessoas normais, fato que facilita o trabalho de pôr em palavras aquilo que se passa na cabeça ou no coração;

4. Primeira verdade máxima de todo blogueiro: Fazer um blog é fácil. Mantê-lo sempre atualizado é obra do divino;

5. Não há necessidade alguma em ser Ph.D em Ciências Vernáculas, Mestre em Jornalismo Investigativo ou Doutor em Ciências Obscuras para se ter um blog de respeito. Porém, blogueiro que é blogueiro sabe como usar a língua com sapiência. E também é bom em frases de sentido ambígüo;

6. Blogueiro não sente amor, raiva, sono, fome, vontade de ir ao banheiro ou de ver televisão. De fato, blogueiro não sente nada. E tudo deve ser encarado como fonte de inspiração;

7. Para se ter um bom arsenal de argumentos, contra-argumentos, provas, idéias e raciocínios, faz-se necessário o gosto pelos ramos da arte, da culinária, da informação científica e, em pequeno grau, pelas amenidades da vida, mas apenas aquelas sem completa irrelevância;

8. Blogueiros não são nerds necessariamente. Todavia, ter um passado de gibis, animés, videogames e trilogias como Star Wars e Matrix ajuda bastante. Ademais, nerds são nerds e blogueiros são blogueiros.

9. Segunda verdade máxima de todo blogueiro: Blogueiros jamais escrevem motivados por vontades alheias;

10. Blogueiros possuem pouquíssimos amigos: dicionário, cafeína e, por vezes, o Wikipédia. Namoradas(os), caso existam, fazem parte do mundo da entidade que abriga essa personalidade doentia.








Post Scriptum 1: Blogueiros deveriam receber salário, ter carteira assinada e direito a aposentadoria.

Post Scriptum 2: The Bobs.

Post Scriptum 3: Um abraço efusivo a todos os meus comparsas.


quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tratado sobre a religião

Parte 2 de milhões.


Há de se convir que o ser humano é, evolutivamente, um ser altamente despreparado para viver nesse mundo selvagem. Aliás, nem tanto. Assim o seria não fosse o seu grande triunfo evolutivo: o intelecto. Deveras privilegiado, eu diria. E olhe que ainda assim continua sendo um ser despreparado - mas nem tanto. É só parar pra pensar se tivéssemos que realmente viver na selva. Não temos garras ou chifres, o que com certeza nos torna péssimos em qualquer disputa por comida ou território. Não temos lá uma pelagem digna de um verdadeiro mamífero, como o urso, o que não é muito bacana se o inverno dura mais de meia hora. Não temos nadadeiras, não conseguimos nos locomover satisfatoriamente sobre dois membros (avalie sobre quatro), nossa visão não é adaptada ao escuro, nosso olfato é escravo da gripe, nossos dentes são meras protrusões ósseas, nada de guelras, nada de asas, de veneno, nada. Nada! Seres humanos, a exceção do belo exemplar de cérebro, não têm nada. Agora imagine o que nos resta a fazer na seguinte situação: sozinhos, na selva, no escuro, cercados por um bando de leões famintos, no frio, sem roupas, sem dinheiro, sem coragem, sem nada. O que resta a fazer? Se você pensou "rezar", chegou exatamente onde eu queria. Porque, nesse caso, talvez só Ele salve mesmo. E olhe lá. Tem que ver também o quão famintos estão os leões...

A questão é exatamente essa: o que a evolução nos negou, Ele, por meios obscuros, provê-nos. Pelo menos assim prega a religião. E quando eu digo "Ele" não me refiro a ninguém especificamente. Ele, na verdade, é aquela força incomum, dita superior, na qual os seres humanos põem suas crenças e esperanças afim de compensar sua completa inaptidão em se virarem sozinhos. Deus, Buda, Alá, Zé Ramalho... Dependendo da seita, cabe um nome diferente, mas sempre com o mesmo propósito e para a mesma, digamos, "pessoa". E como Ele quase nunca dá as caras por aqui no mundo dos mortais, resta-nos crer sem vê-lo, apenas ouvindo diversas anedotas ao seu respeito sobre suas mungangas, gambiarras e as baladas badaladíssimas que Ele costumava freqüentar no passado. Tem munganga maior que transformar água em vinho? Por que num podia ser em vários barris de chopp gelado?!

E aí que entra o significado de uma religião. Teoricamente, ela defende uma doutrina pregada por algum rapaz que quer que você, ser humano incompetente, se dê bem. Ou pelo menos não se dê tão mal. E ela age exatamente no ponto que a evolução falhou (eu não diria "falhou"; acho que esse foi um lance muito inteligente da parte dela, o de sermos uma cagada evolutiva), provendo de modo sigiloso e esfumaçado toda a proteção e consolo que a falta de garras e pêlos não nos permite ter. Por isso, exatamente por isso, que quando o negócio tá apertado até o talo as pessoas vão para o templo - tipo igreja, terreiro, essas coisas - e rezam, e dão dinheiro aos pobres, e pagam o dízimo, e se confessam com o sacristão - tipo padre, médium, essas coisas assim -, e fazem promessas, e pedem perdão, e rezam de novo. Na verdade, elas todas estão dando o migué nEle. Migué descarado e sem escrúpulos e Ele, no auge da sua benevolência e ingenuidade, passa a mão na cabecinha de todo mundo. Pronto! Esmola dada é proteção garantida. Anti-pecados e anti-promessas-não-cumpridas. Isso chama-se religião.

E, claro, que esse serviço não sai assim, de graça. Há os secretários que trabalham nos postos de arrecadação fiscal. Coisa simples, rápida e quase nada burocrática. Isso às custas de um bom nível de proteção contra todos os males, inclusive os males do bolso (ou você já viu padre morrendo de fome e andando de ônibus?). E tem também a possibilidade dEle deixar sempre as portas da sua casa aberta, das seis da manhã até às oito, talvez nove da noite. Mas sempre abertas. Isso quando Ele tem casa, né? Porque, às vezes, Ele opta por ser bem humilde e qualquer quartinho de fundo de quintal serve. Há também os adeptos - assim chamados os seres humanos incompetentes - que gostam da ostentação e do quase "divino" em termos de grandiosidade, e, para isso, o secretariado faz questão de erguer chão acima verdadeiros cataclismos arquitetônicos. Mas vale lembrar: Ele diz que gosta do humilde. E eu acredito. Mas seria mais bacana se ele tivesse nos dado garras.

Mas antes que alguém me apredeje, eu queria deixar claro que o fato dEle estar sempre por qualquer lugar é algo da minha apetência. Dizem que ele cuida da chuva, das nuvens, dos passarinhos, das paisagens bonitas, do pôr-do-sol e de toda essa canalhice romântica que fazem as doidinhas chorarem. Eu, como afamado romântico assumido, gosto disso. E, se isso é coisa dEle, então eu gosto dele, correto? Raciocínio lógico. Mas que fique claro que é só dEle. E eu continuo a achar que nossa relação seria bem mais amigável se ele tivesse me feito nascer com garras, pelagem anti-frio, visão noturna ultra
High-Tech e um rabinho pra dar o charme. Fêmeas gostam de rabinhos, ouvi dizer. E por favor: não venha me dizer que o seu "Ele" é melhor que o meu. Isso é igual a... a... a... bem, cada um tem o seu e não se discute. Aceita-se apenas. E dentro de certos limites condizentes com o intelecto que lhe foi dado. Por isso, nada de correr maratona de joelho e jejuar por um semestre. Controle-se!

E não entre em pânico. Quando você estiver sozinho na selva, rodeado de leões famintos, no escuro e sem qualquer expectativa de se safar, use o intelecto. A evolução achou que ele seria mais útil que um par de garras. Vai que ela tava certa mesmo, pra variar. Só não demore tanto. Ouvi dizer que leões são horríveis no quesito paciência.








Post Scriptum 1: Esse post faz parte de um desafio. E eu curto desafios...

Post Scriptum 2: Esse texto não reflete necessariamente, em toda a sua extensão e magnitude, a opinião certeira do seu autor. Eu diria, sem nenhum sarcasmo, que ele tem traços de opinião, daqueles bem sutis.


sábado, 12 de julho de 2008

Tratado sobre a liberdade

Parte 1 de milhões.


É basicamente isso mesmo: ir pra onde der vontade, falar o que der na telha, entrar na locadora e ter a possibilidade de escolher entre um filme
cult ou um pornô vagabundo. E por ser um assunto tão amplo e, por vezes, vago, acaba dando muito pano pra manga. Manga essa que pode ser pra fazer suco com água ou leite, que, por sinal, vem da vaca, aquele mamífero tetrateta, cujo excremento serve de adubo vegetal. Vegetais, por sua vez, crescem a partir de resíduos nitrogenados presentes nas fezes animais, gerando lindos e suculentos frutos quando, logicamente, a planta é do tipo angiosperma. Favor não confundir com o esperma, aquele líquido branco-leitoso secretado pelos mamíferos do sexo masculino na hora da cópula e que transforma a mucosa vaginal num meio menos hostil às células germinativas, também conhecidas como espermatozóides. Aproveitando o ensejo, "óide" é uma terminação bastante empregada em algumas palavras e denota significado de "semelhante a", como, por exemplo, os hidrogenóides, que, por possuírem apenas um próton no núcleo, equiparam-se ao hidrogênio, primeiro elemento da tabela periódica idealizada por Mendeleiev.

Viu só? Sair de "manga" e chegar até "Mendeleiev" num papo casual é algo que somente uma pessoa liberta conseguiria, desconsiderando os milíndres óbvios do conhecimento de mundo requerido para tanto.

Mas o que seria afinal a tal liberdade além daquilo que vem à nossa cabeça quando vemos um pássaro em pleno vôo?
Sorry! Não sei ao certo. Mas sei que é igual ao frio ou ao medo: a gente sente. A gente se sente livre ou quase sempre busca a liberdade, embora não seja comum fazer o mesmo para o frio ou medo. É a vontade de ir embora, de jogar tudo pra cima, de comer de madrugada, de ir pra praia antes do sol despontar no horizonte ou de fazer absolutamente qualquer coisa de qualquer jeito e a qualquer hora, sem ressentimentos. Sem ressentimentos mesmo. É ir pra batizado de calça jeans e sandálias havaianas, para completo desespero da sua mãe, avó e tias.

Outro ponto interessante em ser teoricamente livre é que você não precisa necessariamente se submeter a certas regras ou convenções sociais, o que, pra mim, é um cu. Pronto... cu! Poder dizer cu quando se está puto da vida é algo bastante revigorante. Imagine só: a pessoa mete a canela na quina da cama e tem que se conter porque disseram que é feio falar palavrão. "Ó meu Deus, que dor lancinante e em pontadas está acometendo o terço proximal da minha tíbia nesse momento... Estou com muita raiva por isso e queria que passasse". Pra quê essa repressão toda? Nada que um "Puta que pariu, que dor cu do caralho!!" não resolva. Eu sempre fui, desde pequenininho, instruído a não reprimir certas coisas. Palavrões é uma delas - e não me entendam mal por isso. Teve até essa vez que, meio que sem querer, eu falei "fuderoso" na igreja. Não que eu me orgulhe demais disso, mas eu não acho que Aquele rapaz que mora lá em cima vá me condenar a passar a eternidade queimando nos rios de lava só porque eu deixe escapar um "fuderosozinho" na porta da casa Dele. Eu sou livre pra ter um bom relacionamento com Ele. A gente é bróder.

Portanto, você que vive acorrentado, engaiolado, enjaulado, enclausurado, revolte-se. Liberte-se!
Break free, dude! Abra as asas e voe, voe pra longe e volte esporadicamente. Ou não volte. Ou não voe, sei lá. O que importa é não virar escravo da rotina e de tudo aquilo que tentam impor por aí. Ande com a cueca aparecendo, mostre o bucho, o resto de feijoada no dente, o cabelo despenteado, fale palavrão e seja educado com os pedintes e mendigos. Passe um dia sem tomar banho e uma semana sem estudar nada. Estudar, na verdade, é para os fracos, aprisiona a mente e causa úlcera. Troque o Introdução a Matemática Avançada Volume II por Dom Quixote ou O Guia do Mochileiro das Galáxias (dá-lhe Marvin!). Converse amenidades com sua avó e pare de dormir até as duas horas da tarde. E pratique bungee-junp sempre que possível. Porque ser assim, livre, não é uma questão de sorte; é uma escolha, como tudo mais.

E vou me dar a liberdade de deixar aqui uma citação que eu vi pixada em um muro, certa vez: "O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo".

Né?








Post Scriptum: Ter blog é coisa de gente livre?


sábado, 5 de julho de 2008

Metaliguagem


Pura metaliguagem.


(Tirinha totalmente excelente, extraída diretamente dos Malvados)








*Primeira Lei do Tio Ben: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades.


quinta-feira, 3 de julho de 2008

O que será?

Eu me pergunto: o que será?
Quando o mar secar
O sol apagar
E a chuva parar de cair
plantar

O que será?
Quando o vento fugir
A lua cair
E o céu, escuro, ruir

O que será, amigo?
Quando a pebice pebar
O tatu acordar
E a cadeira quebrar

O que será?
Quando o frio chegar
A cerveja embriagar
E o carvão, em brasa, queimar

O que será?
Quando o morango acabar
O controle desesperar
E a canseira acomodar

O que será?
Vá, explique
Ou pelo menos um palpite
De tudo que será
No dia que o errado
certo virar
No dia que a janela
para sempre fechar
E no dia que o beija-flor
para longe voar

E eu pergunto: o que será?








Post Scriptum: Resultado de um breve momento de descontrole/inspiração há algum tempo atrás. Muito tempo atrás.



[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...