Final de ano é tudo igual, né?! Festa de Natal na casa da vovó, ano novo pulando ondinhas na praia e todo mundo de branco, pedindo um catatal de coisas pra o ano venturo. É entrar na faculdade, arranjar um emprego, tirar nota boa, arrumar namorado, ganhar na loteria, comprar carro, férias, viagem, bola, cachorro, casa nova... enfim. Olhos pra frente porque é para o futuro que se vive. Ou não. Eu, particularmente, conheço poucos que, nesse momento ápice - mas não tão ápice assim - do ano, olham para trás para refletir sobre tudo que passou, que foi, que não foi, que sei-lá.
Primeiro de tudo, chegar ao final de mais um ano deve ser encarado como um presente, uma dádiva. Muitos sucumbiram no meio caminho, por motivos inúmeros, além de nossa ínfima compreensão. Nós, portanto, somos vencedores. Imagina-se que não deve ser nada fácil sobreviver a trabalho, faculdade, estresse, buzina de carro, engarrafamento, assalto, poluição, depressão, falta do que fazer, aviões caindo, excesso do que fazer, tempo demais e de menos, mãe gritando, chefe despedindo, tudo isso ao mesmo tempo, no mesmo lugar e no melhor momento do mundo, confirmando os preceitos básicos da lei do nosso amigo Murphy. Merecemos, pois, uma medalha. Cada um de nós. Próximo ano tem mais, viu?! E, quem sabe, pioradamente. Nunca se sabe.
Depois, vamos agradecer um pouquinho. Agradecer, logo de cara, pelo veraneio que passou e por tudo de bacana que ele trouxe e, provavelmente, trará de novo já já. A praia, o bronze, o mar limpinho (aham), as ondas, o horizonte, a sunga rasgada, o biquine que caiu em pleno mar. É isso aí. E as nossas aulas... Ah, as aulas. Elas que, de um jeito que ninguém sabe, vão nos transformar naquilo que nós seremos pro resto das nossas pitorescas vidas. Elas que nos deixam noites em claro, na companhia do café, da coca-cola, do redbull ou daquele cigarrinho que o BOPE diz que não pode fumar. Vale tudo, né não?! Agradeça também pelas quartas-feiras, vésperas daquela prova básica, nas quais você estava estudando em pleno boteco, trocando o café pela cerveja e o livro pelo cantor bacana que entoava humildemente "Chão de Giz" em algum lugar escondido do afamado recinto. Agradeça, vá. E não se esqueça de agradecer pelas férias no meio do ano, pelos quilos a mais que vieram no percurso, pelo ovo de Páscoa número 46 que você ostentou tão narcisisticamente só pra que seu irmão pudesse comer escondido de você; pelas roupas novas, pelo aniversário que ia ter "só um bolinho", pelos novos amigos e inimigos que você fez. Agradeça por tudo. E, depois, se você ainda lembrar, feche os olhos e agradeça Àquele rapaz lá de cima. Dizem por aí que ele tem essa mania de olhar por todo mundo, inclusive por crianças e bêbados. Acho que principalmente por bêbados. Principalmente.
Agora, não menos importante, reflitamos. Primeiro sobre tudo que deu certo. Se deu certo, beleza-de-Creuza. Preocupar-se apenas em, daqui pra frente, melhorar, pra que dê mais certo ainda (se é que seja possível). Segundo e, teoricamente, mais importante: os erros. Antes de reclamar que tudo deu errado, coloque na cabeça que a maioria daquilo que você pensa que deu errado, na verdade, deu certo. Você, ingenuamente, que não percebeu. Com isso, presumo que seus erros verdadeiros se reduzam pela metade. Ou menos. Quantos a eles, apenas aprenda a tirar o ensinamento que cada um traz consigo. Depois, se quiser, esqueça-os. Mas eu recomendo que você sempre lembre deles lá na frente. É deveras engraçado. Chega a merecer um brinde e coisas do tipo. Por fim, reflita sobre sua postura nesse ano que se esvai. Você realmente foi uma boa pessoa? Deu esmola regularmente? Ajudou um número considerável de velhinhas a atravessarem a rua? Ou a chegarem à sua enfermaria? Você foi legal com seus irmãos pelo menos uma vez em cada mês? Escutou boa música? Leu um bom livro? Deu descarga? Arrumou a cama? Dirigiu somente sóbrio? Usou sempre preservativo? Se sua resposta foi "não" a alguma dessas perguntas, você tá fudido. Eu, pelo que vejo, tô bem fudido, muito embora só escute música da boa.
Aí pronto. Depois de toda essa malemolência, sinta-se à vontade em pedir o que você quiser pro ano vindouro. E, como diria meu tio quando viu aquele casal de namorados "namorando" a plenos 20 minutos da virada, na beira da praia, escorados num fusca 87:
"BOAS ENTRADAS!"
Primeiro de tudo, chegar ao final de mais um ano deve ser encarado como um presente, uma dádiva. Muitos sucumbiram no meio caminho, por motivos inúmeros, além de nossa ínfima compreensão. Nós, portanto, somos vencedores. Imagina-se que não deve ser nada fácil sobreviver a trabalho, faculdade, estresse, buzina de carro, engarrafamento, assalto, poluição, depressão, falta do que fazer, aviões caindo, excesso do que fazer, tempo demais e de menos, mãe gritando, chefe despedindo, tudo isso ao mesmo tempo, no mesmo lugar e no melhor momento do mundo, confirmando os preceitos básicos da lei do nosso amigo Murphy. Merecemos, pois, uma medalha. Cada um de nós. Próximo ano tem mais, viu?! E, quem sabe, pioradamente. Nunca se sabe.
Depois, vamos agradecer um pouquinho. Agradecer, logo de cara, pelo veraneio que passou e por tudo de bacana que ele trouxe e, provavelmente, trará de novo já já. A praia, o bronze, o mar limpinho (aham), as ondas, o horizonte, a sunga rasgada, o biquine que caiu em pleno mar. É isso aí. E as nossas aulas... Ah, as aulas. Elas que, de um jeito que ninguém sabe, vão nos transformar naquilo que nós seremos pro resto das nossas pitorescas vidas. Elas que nos deixam noites em claro, na companhia do café, da coca-cola, do redbull ou daquele cigarrinho que o BOPE diz que não pode fumar. Vale tudo, né não?! Agradeça também pelas quartas-feiras, vésperas daquela prova básica, nas quais você estava estudando em pleno boteco, trocando o café pela cerveja e o livro pelo cantor bacana que entoava humildemente "Chão de Giz" em algum lugar escondido do afamado recinto. Agradeça, vá. E não se esqueça de agradecer pelas férias no meio do ano, pelos quilos a mais que vieram no percurso, pelo ovo de Páscoa número 46 que você ostentou tão narcisisticamente só pra que seu irmão pudesse comer escondido de você; pelas roupas novas, pelo aniversário que ia ter "só um bolinho", pelos novos amigos e inimigos que você fez. Agradeça por tudo. E, depois, se você ainda lembrar, feche os olhos e agradeça Àquele rapaz lá de cima. Dizem por aí que ele tem essa mania de olhar por todo mundo, inclusive por crianças e bêbados. Acho que principalmente por bêbados. Principalmente.
Agora, não menos importante, reflitamos. Primeiro sobre tudo que deu certo. Se deu certo, beleza-de-Creuza. Preocupar-se apenas em, daqui pra frente, melhorar, pra que dê mais certo ainda (se é que seja possível). Segundo e, teoricamente, mais importante: os erros. Antes de reclamar que tudo deu errado, coloque na cabeça que a maioria daquilo que você pensa que deu errado, na verdade, deu certo. Você, ingenuamente, que não percebeu. Com isso, presumo que seus erros verdadeiros se reduzam pela metade. Ou menos. Quantos a eles, apenas aprenda a tirar o ensinamento que cada um traz consigo. Depois, se quiser, esqueça-os. Mas eu recomendo que você sempre lembre deles lá na frente. É deveras engraçado. Chega a merecer um brinde e coisas do tipo. Por fim, reflita sobre sua postura nesse ano que se esvai. Você realmente foi uma boa pessoa? Deu esmola regularmente? Ajudou um número considerável de velhinhas a atravessarem a rua? Ou a chegarem à sua enfermaria? Você foi legal com seus irmãos pelo menos uma vez em cada mês? Escutou boa música? Leu um bom livro? Deu descarga? Arrumou a cama? Dirigiu somente sóbrio? Usou sempre preservativo? Se sua resposta foi "não" a alguma dessas perguntas, você tá fudido. Eu, pelo que vejo, tô bem fudido, muito embora só escute música da boa.
Aí pronto. Depois de toda essa malemolência, sinta-se à vontade em pedir o que você quiser pro ano vindouro. E, como diria meu tio quando viu aquele casal de namorados "namorando" a plenos 20 minutos da virada, na beira da praia, escorados num fusca 87:
"BOAS ENTRADAS!"