Sentir-se bem. Estar na paz, de boa, curtindo a vibe, sussa, só no filé, sombra e aguá fresca. É o que resume bem aquela sensação esquisita que a gente sente quando o Brasil faz um gol. Ou quando ganha a Copa do Mundo. Ou quando a gente passa no vestibular. Ou quando a gente, no auge dos nossos nove anos, passa a tarde toda engelhando na piscina. Ou quando a gente ganha o primeiro videogame. Ou quando a gente acha cinqüenta contos na rua. Ou quando a gente fica bêbado. Em especial quando a gente fica bêbado. E é tudo, pois, culpa das endorfinas. Endorfinas são, na verdade, drogas endógenas produzidas com o único propósito de tornar ébrio tudo aquilo que é sóbrio. É como se a gente misturasse as coisas num tubo de ensaio só pra ver tudo explodindo: não há nada de interessante e feliz em se misturar coisas em um tubo de ensaio... até que tudo exploda. Eu até acho que os tudos de ensaio foram criados para isso e somente isso. É muito bacana, acreditem. Eu sei como é. Fazia direto nas aulas de bioquímica.
Aí eu, num momento inusitado, peguei-me pensando no seguinte: bicho, e se vendessem endorfinas como se vende cocaína? Já pensou? Felicidade alí, à beira da porta, ao módico custo de alguns trocados?
Post Scriptum 1: Mas quem precisa, né?!
Post Scriptum 2: Nunca tinha reparado como é feliz observar alguém comemorando um gol da seleção.
Aí eu, num momento inusitado, peguei-me pensando no seguinte: bicho, e se vendessem endorfinas como se vende cocaína? Já pensou? Felicidade alí, à beira da porta, ao módico custo de alguns trocados?
Post Scriptum 1: Mas quem precisa, né?!
Post Scriptum 2: Nunca tinha reparado como é feliz observar alguém comemorando um gol da seleção.