quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Onde está o amor?

T'aí uma pergunta difícil de ser respondida. Acho mais fácil, inclusive, alguém saber o paradeiro de Jesus. Mas o do amor... improvável. Muita gente que ama sequer sabe definir o que é o amor. Talvez saiba que sente, mas sem muita certeza. Se você perguntar, vai escutar coisas do tipo "é um fogo aqui dentro" ou "é uma sensação boa, indescritível, que a gente nunca quer que acabe...". Talvez seja. Pra mim, amor é igual a cu. E para cada um tem um significado diferente, muito embora suas variações estejam dentro de um espectro previsível.

Mas onde ele está? Considerando que todo mundo tem o precursor do amor dentro de si, é de se estranhar que ele não esteja mundo afora, tornando as cores mais bonitas e o canto dos passarinhos mais agradável. Mas ninguém vê esse tal desse amor. Achar raiva é fácil. Ciúme e inveja então, PUF, nem se fala. Discórdia, cobiça, avareza, maldade... estão ensimesmados por toda parte. Até a felicidade e a alegria, tão raras hoje em dia, são encontradas se você procurar direitinho. Mas o amor se esconde. Onde? Só Deus sabe. E se souber. Às vezes eu penso que, de tanto ser desacreditado por todo mundo, ele escolheu o exílio. E isso é bem desesperador. Dizem que a loucura andava de mãos dadas com ele, mas nem ela sabe onde ele está. E agora só anda pelos cantos, marejando os olhos na esperança que ele, um dia, volte.

A verdade é que, quem ainda o tem, trata de esconder. O mundo dá muito porrada, é verdade, e ninguém que pôr o pouco amor que lhe resta em risco. Ver o bichinho assim, apanhando de graça também já é palhaçada. Com tanta gente virando as costas pros outros - porque virar as costas é sempre mais fácil -, não há amor que vingue. A bondade sozinha não pode dar conta do recado. Nem a felicidade, a esperança e até mesmo a fé. Nenhuma delas tem sentido se não tiver a ajuda do amor. E nem me venha com esse papo fajuto de paixão ou o que quer que seja esses sentimentos piromaníacos e suicidas, que muitos usam para tentar justificar a falta de amor que os acometeu. Quem vive para alimentar a alma de paixões chega ao fim da vida com um "eu te amo" entalado na garganta. Amor é casamento; paixão é sexo anal sem camisinha com uma meretriz sabidamente HIV-soropositiva. E ponto. Não se compara. Não se substitui.

Mas eu não culpo quem, por um motivo ou outro, "esconde" o amor que tem. Logicamente que, empregado na circunstância certa, ele não precisa de esconderijo. Ele se sustenta em si mesmo, autocatalisando-se, porque não depende de mais ninguém para existir a não ser de seu portador. E tem um efeito tão avassalador que faz a gente parecer bobo, mongol, abestalhado, imbecil, idiota e, em qualquer outra situação, odiável. Mas eu sou apenas só mais um que tenta falar dele como se fosse fácil. Na verdade, pouquíssimos são aqueles que o conhecem. E no fundo, quem conhece mesmo não precisa estar explicando. Porque é assim, inexplicável. É assim indizível.








Post Scriptum: Falar de amor é muito difícil, cara...


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...