sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dois

A natureza é simétrica, menina. Num tá vendo?
Braço direito, braço esquerdo. Olhos, orelhas. Hemisférios cerebrais direito e esquerdo. Inclinação para fazer o bem ou fazer o mal. Ser alto, ser baixo. Gordo ou magro, sem meios-termos. Triste ou feliz, de dia ou de noite, chovendo ou fazendo sol. Acordado ou dormindo.

A gente tem amigo burro e amigo inteligente. Não tem meio-termo, não tem como a pessoa ser mais-ou-menos-burra-e-inteligente. E se somar tudo e dividir pela metade dá na média. Isso é porque é tudo antípoda... Côncavo e convexo, cromossomo X e cromossomo Y, peito grande e peito pequeno. Bunda: duas bandas. Água e fogo, 'feedback' positivo e negativo, Pólo positivo e negativo, pólo norte e pólo sul, engolir ou fazer chafariz. É que nem aquelas pecinhas de quebra-cabeça que encaixam perfeitamente e só fazem sentido assim...


E foi assim que eu expliquei o porquê de ela estar sempre procurando a alma-gêmea, a cara-metade, o par perfeito.
Porra! Par! Quer coisa mais simétrica que um par?


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...