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E teve até essa vez na qual tinha uma escolha muito difícil a fazer e aquilo parecia sugar toda a minha energia. Perdia horas ponderando a fim de fazer a escolha mais acertada, mas nada parecia me agradar suficientemente. Aí eu parava por um momento, tirava minha moedinha do bolso, e começava a jogá-la para o alto como se aquele gesto fosse escolher por mim e, com isso, acabar com a minha miséria. E de repente, involitivamente, eu já tinha atribuído à cara e à coroa cada uma das escolhas que não conseguia tomar por si. E brinquei jogando a moeda para o alto e vendo o que ela me mostraria. Cara, coroa, cara, coroa...
E, em meio à brincadeira, subitamente parei: descobrira o que queria. Não que a moeda tivesse, de fato, escolhido por mim, mas, naquele breve momento no qual ela estava girando no ar, eu repentinamente sabia exatamente que escolha eu queria que ela tomasse quando caísse na minha mão.
Ah, minha querida moeda...