Com tanta gente reclamando dos medos - que tem medo disso, medo daquilo -, calhei de lembrar hoje da época na qual nós tínhamos nossa própria fortaleza, intransponível, que nos guardava de todos os males: bicho-papão, monstro do armário, Pé-Grande, enchente, trovão, foguetão, cachorro bravo, fantasma e ladrão. Nela éramos invulneráveis, invisíveis e intocáveis. Nem mesmo nossa mãe podia com ela.
Foi inevitável lembrar de como, ao menor sinal de "perigo", nós corríamos para debaixo do lençol.
O nosso bom e velho lençol.
Foi inevitável lembrar de como, ao menor sinal de "perigo", nós corríamos para debaixo do lençol.
O nosso bom e velho lençol.