domingo, 27 de fevereiro de 2011

Desabafo

É como ter milhões em dinheiro e ser pobre.
É como ter milhões de pessoas e ser sozinho.
E se dar conta que é impossível cometer o mesmo erro duas vezes.

Porque da segunda vez não é mais um erro... É uma escolha.






E é foda.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para bom entendedor

Oitava enfermaria do Hospital Universitário Onofre Lopes, paciente do leito quatro - Josiel Onório. Tireoidectomia total por carcinoma folicular e tristeza a esclarecer.

- Bom dia, sêu Josiel! Como estamos hoje? Melhor?
- Hunrum.
- Dormiu bem?
- Hum-hum.
- Tá conseguindo fazer xixi e cocô direitinho?
- Hunrum.

(...)

- Ainda sentindo dor?
- Hunrum.
- Certo, certo. Vou aumentar a dose do antiinflamatório. Tá sentindo mais alguma coisa?
- Hunrum.
- O quê?
- O avesso da saudade.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Romantismo (in)apropriado

- Se eu te der um beijo, você me dá uma tapa?

- Lógico!

- E se eu te der uma tapa, você me dá um beijo?

(...)






Foi assim.
Juro.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Insight

Com tanta gente reclamando dos medos - que tem medo disso, medo daquilo -, calhei de lembrar hoje da época na qual nós tínhamos nossa própria fortaleza, intransponível, que nos guardava de todos os males: bicho-papão, monstro do armário, Pé-Grande, enchente, trovão, foguetão, cachorro bravo, fantasma e ladrão. Nela éramos invulneráveis, invisíveis e intocáveis. Nem mesmo nossa mãe podia com ela.

Foi inevitável lembrar de como, ao menor sinal de "perigo", nós corríamos para debaixo do lençol.
O nosso bom e velho lençol.


[ "You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit-hole goes... Remember: all I am offering is the truth, nothing more." ]

Quando a gente acredita, a gente pode fazer chover...