Esbravejando, ela me obrigou a sentar à mesa com ela para uma "discussão muito séria". E sem qualquer nota introdutória começou...
Colocou em cima da mesa uma camisa branca com marca de batom. Depois colocou o que parecia ser algumas cartas - umas, inclusive, escritas em guardanapo vagabundo. Depois vieram algumas fotos que, segunda ela, eram muito suspeitas. Cada item da lista, que a essa altura já me parecia infindável, era entremeado por alguns segundos de um discurso colérico e pouco inteligível. Aí veio um bilhete de cinema para uma comédia romântica, uma conta de bar e uma nota fiscal de abastecimento de combustível, nessa ordem. Após, alguns papéis amassados de chocolate e mais discurso colérico. Interessante como a veia na sua testa pulsava forte quando ela falava. Aí foi a vez de uma série de objetos que não eram do meu conhecimento - um deles sendo uma haste com cerdas na ponta e que lembrava uma escova-de-dente, mas sem sê-lo; seguidos de perto por um pingente bem afeminado. Daí para a frente, seguiu-se um monólogo longo e passional, tomado por gestos e dedos na cara, que foi finalizado com um firme "explique-se" como ponto-final.
- Er... Isso aqui que parece uma escova-de-dente... Como se chama?
Aí ela deu um grito muito alto que, supus eu, era de raiva. Colocou o dedo na minha cara mais uma vez, apontando diretamente para a minha glabela, mandou que eu fosse embora e nunca mais lhe olhasse na cara. Só que depois disso tudo quem saiu da cena sem nem dar adeus foi ela. E eu fiquei lá sentado, dando-me conta de como camisas brancas são péssimas para disfarçar manchas de batom.
E esse estardalhaço todinho só porque eu queria saber o que danado era um rimel. Eu, hein!
Colocou em cima da mesa uma camisa branca com marca de batom. Depois colocou o que parecia ser algumas cartas - umas, inclusive, escritas em guardanapo vagabundo. Depois vieram algumas fotos que, segunda ela, eram muito suspeitas. Cada item da lista, que a essa altura já me parecia infindável, era entremeado por alguns segundos de um discurso colérico e pouco inteligível. Aí veio um bilhete de cinema para uma comédia romântica, uma conta de bar e uma nota fiscal de abastecimento de combustível, nessa ordem. Após, alguns papéis amassados de chocolate e mais discurso colérico. Interessante como a veia na sua testa pulsava forte quando ela falava. Aí foi a vez de uma série de objetos que não eram do meu conhecimento - um deles sendo uma haste com cerdas na ponta e que lembrava uma escova-de-dente, mas sem sê-lo; seguidos de perto por um pingente bem afeminado. Daí para a frente, seguiu-se um monólogo longo e passional, tomado por gestos e dedos na cara, que foi finalizado com um firme "explique-se" como ponto-final.
- Er... Isso aqui que parece uma escova-de-dente... Como se chama?
Aí ela deu um grito muito alto que, supus eu, era de raiva. Colocou o dedo na minha cara mais uma vez, apontando diretamente para a minha glabela, mandou que eu fosse embora e nunca mais lhe olhasse na cara. Só que depois disso tudo quem saiu da cena sem nem dar adeus foi ela. E eu fiquei lá sentado, dando-me conta de como camisas brancas são péssimas para disfarçar manchas de batom.
E esse estardalhaço todinho só porque eu queria saber o que danado era um rimel. Eu, hein!